domingo, 23 de maio de 2010

Lição de vida (...)


Através dos meus olhos, a vida é comparada a um teatro, onde a personagem principal sou eu, e todo o resto são figurantes (...) Neste teatro, um turbilhão de sentimentos apodera-se de nós, as sensações são cada dia mais fortes e mais marcantes. Os sentimentos são como as estações do ano, quando tudo aos nossos olhos parece estar perfeito, então o sentimento brota como lindas flores em plena primavera e esse sentimento tem o nome que muita gente utiliza sem saber o seu verdadeiro significado, o amor, amor ao próximo e o principal, a nós próprios. Quando as vibrações aumentam, e aquecem nossos corações como a estabilidade de um verão quente, então o sentimento aquece também, a pessoa segue o caminho de plenas satisfações, sem olhar para trás, essa pessoa está a adorar passar por essas duas estações maravilhosas, que faz com que seu pensamento, sua alma suba bem alto, até mesmo para além das nuvens quase inexistentes de um céu lindo, azul e profundo, mas... Quando se apercebem que os pés não estão na terra e que agora já é tempo de baixar um pouco, chegam cá em baixo e as árvores já estão sem folhas, as lindas flores desapareceram, o lindo azul do céu se tornou cinzento, chegou o Outono, e chegou também o momento de cair na realidade, um vento forte bate no rosto e faz suspirar bem fundo, um vazio no coração que nem o melhor sentimento, o melhor ser ocupa, apenas procurará um lugar quente e seguro para ficar e reflectir. Está frio lá fora e a solidão vai se tornando maior, sem dar conta caem pingas do telhado, está a começar a chover, mas não é água, são apenas recordações, factos e contradições existentes nos pensamentos, chegou o Inverno... Tudo ficou escuro, não há cor, olho pela janela e já não vejo os passarinhos a voar de um lado para o outro, felizes, numa brincadeira compreendida entre eles e na transmissão de sentidos a quem os quer entender, falta o verde da esperança nas árvores, falta o azul da harmonia, no céu, falta o amarelo da vida que o sol nos dá, falta luz... Decidi... Fechei a janela e dirigi-me em direcção a porta, respirei fundo e sai. Queria libertar-me de pensamentos escuros, tristes e de solidão. No meio da chuva comecei a correr sem saber para onde ir, apenas a sensação da liberdade me faria pensar que nem tudo estaria perdido. Fui para bem longe não sabia onde estava, fiquei cansada e parei, olhei a minha volta e não via ninguém, cabeça baixa, sentei-me nas escadas de um edifício abandonado, apoiei meus braços em meus joelhos e deitei minha cabeça neles, fechei os olhos, e ali fiquei, sozinha, apenas com meus pensamentos e sonhos que dizia estar perdidos, sem me aperceber lágrimas caiam pelo meu rosto...
No entanto uns sons começaram a aparecer do nada, pensava eu que era dos meus pensamentos não liguei, de repente algo estranho aconteceu, uma luz quente tocava em mim, não hesitei e olhei, muito surpreendida com o que estava a ver, enxuguei as lágrimas e sorri... O sol tinha voltado, passarinhos voavam de um lado para o outro brincando a maneira deles, havia pessoas por todo o lado, as árvores ganharam novamente a cor da esperança e também novas lindas flores pequeninas a querer brotar. Foi então que percebi, tinha chegado novamente a primavera e que nós próprios decidimos em que estação gostamos de estar. Se o Outono e o Inverno são tristes então farei da minha vida sempre Primavera/Verão, e cada erro no passado só faz com que superar sempre com a cabeça levantada seja o começo de uma nova forma de viver mais construtiva.


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